sexta-feira, 29 de julho de 2016

Previna o Bullying

O bullying é, na sua essência, um conflito entre duas ou mais crianças ou jovens, no qual um dos lados é o agressor e o outro é o agredido. As agressões podem ocorrer de várias formas e, como já abordado em matérias anteriores da série Projeto Antibullying, existem diversas maneiras de evitar e prevenir os entreveros entre os alunos: a mediação, o método Pikaso desenvolvimento da assertividade nas vítimasou da empatia nos agressores. E quando nenhum dos métodos de prevenção funciona e mesmo assim as brigas continuam a ocorrer? É hora de apostar na resolução efetiva de conflitos.
Primeiramente, toda a equipe escolar – professores, coordenadores, psicólogos, diretores, etc. – deve saber diferenciar bullying de pequenos conflitos sem agressão. Segundo a pedagoga e consultora em Bullying, Cleo Fante, é necessário haver extensa preparação para o combate às agressões. “Para que o trabalho seja eficaz, é preciso que a instituição educativa realize um diagnóstico – o qual permitirá identificar índices de envolvimento, locais de maior incidência, tipos de abusos, procedimentos adotados, etc. – e, com base nele, desenvolva estratégias interventivas e preventivas”, afirma Cleo.
Durante o trabalho, é vital a presença do psicólogo escolar, que será figura fundamental na resolução de conflitos. “O psicólogo deve intervir de modo direto e contínuo e sua intervenção deverá assumir um caráter intencional e preven­tivo, dessa forma, terá um olhar voltado para cada contexto, para a subjetividade de cada criança e adolescente e para a dinâmica dos relacionamentos estabelecidos. Assim, terá a oportunidade de descobrir crises e conflitos existentes antes mesmo de se tornarem casos graves de agressão e bullying”, dizem as psicólogas Alane Novais Freire e Januária Silva Aires. Cleo, no entanto, acredita que os professores têm grande responsabilidade na hora de resolver as brigas. “Os conflitos que surgem em sala de aula devem ser mediados ou resolvidos pelos docentes, com autoridade e imparcialidade, ensinando a resolver os conflitos por meio do diálogo, da negociação, do respeito ao outro. O encaminhamento das situações deverá ocorrer somente quando extrapolar a alçada pedagógica docente”, afirma.
Como resolver?
As três especialistas concordam que o melhor jeito de resolver conflitos ou casos de bullying é o acompanhamento e a utilização de métodos previstos já no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. “É necessário as escolas inserirem em seu Projeto Político Pedagógico programas preventivos – que trabalhem temas como diversidade, tolerância, respeito às diferenças, não violência, direitos e deveres, ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], etc. – promotores da cultura da paz”, sugere Cleo Fante. As psicólogas Alane e Januária complementam, afirmando que, “nesse contexto, é importante a realização de um mapeamento institucional, que possibilite uma análise apurada do contexto e das relações existentes, a fim de tornar possível uma intervenção intencional e eficaz. Associado a isso, é importante criar espaço para uma escuta psicológica de todos os protagonistas envolvidos nas relações do contexto escolar, objetivando a construção de relações mais saudáveis. O processo de escuta psicológica possibilita a discussão de problemas, a resolução de conflitos, bem como pensar coletivamente em soluções”.
As especialistas acreditam também que o melhor jeito de garantir uma resolução eficaz dos conflitos e evitar que eles ressurjam mais uma vez é o acompanhamento dos alunos envolvidos por determinado período. “Um trabalho como esse só será eficaz se for feito de forma contínua e com ações que abarquem todos os contextos (escolar, familiar e social), além de ações de cunho preventivo, que em vez de combaterem os atos de bullying, trabalhem aspectos humanos de desenvolvimento”, sugerem as psicólogas. Cleo ainda sugere que, caso seja necessário, a equipe es­colar envolva outras instituições e não limite a prevenção dos casos de bullying apenas ao ambiente educacional. “Quando as ações adotadas se mostrarem ineficazes, novos procedimentos deverão ser adotados. Dependendo do caso, a família deverá ser acionada para trabalhar em parceria com a escola, ou, conforme a gravidade do caso, a escola deverá encaminhar para outras instituições, como Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia, Ministério Público, que poderão dar suporte às ações pedagógicas”, afirma a pedagoga.
As psicólogas Alane e Januária acreditam que não se pode pensar em falhas no processo de resolução de conflitos. “Quando não se atinge o objetivo esperado, deve-se investigar e avaliar onde está a falha, rever as intervenções realizadas, pensar em novos modelos de intervenção sempre com base no que foi observado e avaliado no contexto. Dificilmente ocorrem erros ou falhas quando se começa um trabalho mapeando a instituição, observando as relações estabelecidas, conhecendo a dinâmica da escola, pois quando isso é feito se tem uma visão ampla do problema e se conhece o motivo de ele surgir”, concluem as pesquisadoras.
O que é importante para a resolução de conflitos
- Inserção de programas preventivos, promotores da cultura da paz, no Projeto Político Pedagógico;
- Observação das relações estabelecidas na escola;
- Conhecimento da dinâmica da escola;
- Acompanhamento dos alunos envolvidos;
- Intervenção intencional e eficaz;
- Criação de um espaço para apoio psicológico de todos os protagonistas envolvidos;
- Discussão de problemas e ações para pensar coletivamente em soluções.

Fonte: http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/especiais/projeto-antibullying/395-resolvendo-conflitos-para-prevenir-o-bullying
acesso em 29/07/2016

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Reunião individual com a família

8 dicas essenciais para uma reunião individual com a família


Momentos em que professor e responsáveis conversem em particular não devem se limitar aos casos mais problemáticos, mas se estender a todos. Foto: Shutterstock
A reunião de pais é um momento especial para fortalecer a parceria entre a família e a escola. Tradicionalmente, ela é feita de forma coletiva: os professores fazem comentários gerais sobre o desempenho da sala e dão uma ou outra orientação, reservando o momento final para uma conversa individual breve com aqueles que desejarem.
O problema é que as inquietações são muitas, o tempo é curto e não dá para atender a todos. Por esse motivo, é importante prever momentos ao longo do ano em que professor e responsáveis possam conversar em particular. E isso não deve se limitar aos casos mais problemáticos, mas se estender a todos os alunos – ou ao menos àqueles que precisam de uma atenção especial. Mas como definir quem são esses?
Há casos que, obviamente, exigem uma conversa particular, como quando o aluno em questão não está dentro das expectativas de aprendizagem ou apresenta comportamentos atípicos. Mas essa é uma daquelas decisões em que não há receita pronta e, naturalmente, pesa muito a sensibilidade do professor. Um primeiro passo importante é ficar atento à postura dos responsáveis na reunião coletiva: pais inquietos ou com muitas dúvidas devem acionar um sinal de alerta em nossa cabeça.
O segundo passo é planejar bem a conversa, e o coordenador precisa orientar os professores nesse sentido. Nem sempre é fácil prever quais as expectativas da família em relação ao convite e como ela reagirá. Mas, com a prática e a observação atenta das reuniões de pais tradicionais, isso fica mais fácil.
Para ajudá-lo nesse trabalho, quero compartilhar com você oito pontos importantes que nortearam o meu planejamento neste bimestre, aqui na escola onde eu trabalho. São dicas, alertas e estratégias que ajudam a organizar o encontro individual e a acertar o tom da conversa.
  1. Culpar a família por eventuais problemas não ajuda em nada. Pelo contrário, a postura acusatória gera sentimentos de fracasso, angústia e tensão na relação delas com as crianças, além de gerar atritos com a própria escola. É preciso fugir dos julgamentos e se concentrar em compreender as causas da dificuldade.
  2. É fundamental ouvir as dúvidas e inquietações dos responsáveis. Eles precisam ser ouvidos com respeito e se sentirem livres para colocar suas opiniões. Nesse momento, o professor precisa ter paciência para responder as perguntas.
  3. Comportamento em sala de aula deve ser tratado com cautela. Antes de tudo, a escola precisa apresentar o que tem feito para resolver eventuais problemas de indisciplina. Em casos mais graves, se as medidas tomadas não derem conta da situação, é necessário discutir com os responsáveis o que fazer. Precisamos buscar ajuda externa, como um psicólogo ou um orientador educacional? Essas são decisões que precisam ser tomadas em conjunto com a família.
  4. O professor deve explicar como é a rotina das aulas e quais estratégias costuma utilizar com o aluno. Dar informações detalhadas na conversa particular é importante mesmo que elas já tenham sido discutidas na reunião coletiva, para que não reste dúvida sobre tudo o que envolve o processo educativo. Percebo que muitos pais, por exemplo, só acompanham o andamento dos filhos pelo que observam no caderno, mas não têm muita clareza do trajeto percorrido.
  5. A conversa particular é o melhor momento para analisar de forma específica o rendimento. Portanto, oriente a equipe a apresentar exemplos de atividades realizadas pelo estudante, mostrar o que ele aprendeu no bimestre e o que irá estudar no próximo. Os registros feitos em sala de aula também são valiosos e precisam ser mostrados. É importante enfatizar os dados positivos e os avanços da criança.
  6. Os erros cometidos em produções e avaliações têm que ser analisados em conjunto. Muitas vezes, as observações do docente em relação ao que está por trás do erro ajuda os responsáveis a perceber em que estágio a criança está. Mas isso não basta: o professor também tem que dizer o que fez ou pretende fazer para que o aluno avance.
  7. O professor pode orientar a família a incentivar a criança a estudar em grupos de apoio. Em certos casos, um estudante com baixo desempenho em determinado conteúdo precisa de um reforço, e cabe ao docente recomendar aulas no contraturno ou, se não houver essa opção na própria escola, auxiliar a família a dar suporte para o aluno em casa. Isso nos leva à próxima sugestão.
  8. Os responsáveis precisam saber como podem ajudar o aluno em casa. Para isso, o docente pode sugerir quais conteúdos devem ser revisados e de que maneira a rotina para a lição de casa pode ser organizada. Cabem também dicas sobre como participar do momento da tarefa, sem acabar fazendo-a pela criança.
Fonte: http://gestaoescolar.org.br/blogs/coordenadoras/2016/06/30/8-dicas-essenciais-para-uma-reuniao-individual-com-a-familia/
acessado em 28/07/2016

Comunicação escolar com os pais

Otimize a comunicação da escola com os pais dos alunos
27/07/2016 Maura Barbosa

Neste fim de férias, vamos refletir sobre o diálogo com os pais e responsáveis? Você já pensou sobre como isso aconteceu no primeiro semestre, e o que pode ser melhorado para essa segunda metade do ano?
Ao avaliar como se deram as conversas – pessoais ou por escrito – com as famílias até agora, é necessário verificar junto à equipe o que deu certo e o que precisa ser ajustado para que todos possam acompanhar a programação e a vida dos estudantes.
Quais são os canais que sua escola mantém abertos? Além das reuniões e conversas presenciais, que são um tema à parte e foram tratadas nesta reportagem, existem as maneiras mais tradicionais de falar com os pais: colocar comunicados no quadro de aviso logo na entrada e cartazes no portão, mandar panfletos e bilhetes.
Por outro lado, graças à internet e aos smartphones, as possibilidades de se manter em contato com os pais se ampliaram. Agora, podemos mandar e-mails, SMS e mensagens pelo WhatsApp, criar blogs e página no Facebook. Visitei a EME Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, para falar justamente sobre acomunicação com os pais via internet. Eles queriam que a escola fosse mais presente no ambiente virtual, de sua familiaridade, e a diretora, então, investiu em algumas plataformas para cumprir essa necessidade. Vale a pena dar uma olhada no vídeo que resultou deste encontro!
Os dados que coletamos quando realizamos a caracterização da comunidade escolar, sobre escolaridade das pessoas, sistemas de transporte mais utilizados e acesso aos meios de comunicação, podem dar boas pistas sobre as formas mais eficientes de dialogar com os pais e responsáveis. Por exemplo, se a maioria das pessoas têm acesso frequente à internet, que tal criar um blog ou uma página da escola para atualizar a comunidade sobre os projetos recentes? Será que é mais eficiente mandar mensagens pelo celular ou pela agenda dos alunos? O que fazer para dar recados a responsáveis que não são alfabetizados?
É importante pensar em formas de comunicação de ações que estejam relacionadas com toda a escola, como informes gerais sobre o andamento da instituição, a divulgação do calendário escolar e de projetos desenvolvidos, mas também é igualmente fundamental manter os adultos por perto no dia a dia das crianças. Isso deve ser feito através de canais individuais. O diretor precisa, por exemplo, estar disponível no portão em alguns dias para encontrar os pais na entrada ou na saída dos alunos e ter sua agenda liberada em alguns períodos para atender quem deseja conversar. Não adianta ter um site repleto de conteúdo se o gestor não sabe como entrar em contato com uma mãe de aluno em caso de emergência. Você e sua equipe conseguem ter acesso aos pais e responsáveis de qualquer um dos estudantes? O que pode fazer para essa comunicação melhorar? Uma agenda atualizada, com o máximo de contatos possíveis sobre cada pessoa, é essencial.
Fonte:http://gestaoescolar.org.br/blogs/na-direcao-certa/2016/07/27/otimize-comunicacao-da-escola-com-pais-dos-alunos/
Acessado em 27/07/2016