sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Matriz FOFA (SWOT)

Matriz SWOT, ou FOFA, para os íntimos: a melhor forma para avaliar cenários e tomar decisões importantes

Imagine a seguinte situação: você está insatisfeito com a performance da sua equipe e cogita rever seus processos de trabalho – e até implementar uma nova estratégia. Em casos mais extremos, renovar a equipe. O mais provável é que você avalie os prós e os contras dessa iniciativa, verificando o que ela tem de bom e de ruim. Então, e só então, acabará por seguir adiante – ou não. Se você já viveu algo assim, provavelmente tem familiaridade com o assunto de que trataremos aqui, ainda que incidentalmente: a matriz SWOT.

Matriz what?
O termo é muito conhecido no meio corporativo, porque não há metodologia mais eficaz para analisar um cenário qualquer. Entre as empresas, a matriz SWOT é usada como base para a gestão e um planejamento estratégico bem feito. No entanto, pode ser aplicada a praticamente qualquer situação – da escolha de um lugar para jantar à decisão de se largar ou não um emprego.
Isto porque o SWOT da sigla se refere a:
_S, stregths, as forças;
_W, weakenesses, as fraquezas;
_O, opportunities, as oportunidades;
_T, threats, as ameaças.

No Brasil, a matriz SWOT é conhecida como matriz FOFA (F de forças, O de oportunidades, F de fraquezas e A de ameaças). Simpático, não? Agora, falando sério: se você precisa colocar mais gás em suas entregas e ainda não conhece a metodologia, está perdendo uma ferramenta de gestão fundamental.
Porque ela consiste em uma análise aprofundada e detalhada da situação de uma situação no cenário macro, e te ajuda tomar decisões. O principal objetivo é dar um diagnóstico estratégico que deve prever e prevenir condições negativas, além de firmar diretrizes que façam o empreendimento se diferenciar. Isto porque combina fatores externos (as forças e as fraquezas) aos externos (as oportunidades e as ameaças).

Como montar uma matriz SWOT?

Primeiro, você precisa estabelecer qual problema ou demanda de gestão pretende resolver. Vamos continuar com o exemplo acima: suponha que você já tenha decidido mudar completamente sua equipe, ou até de estratégia.
O primeiro passo da matriz SWOT é definir os pontos fracos e fortes da nova estratégia. Ou seja, descobrir o que o seu modelo tem de força: novos profissionais, ar renovado, novas perspectivas de expor seus esforços dentro da empresa etc. É o momento de conhecer os recursos de que você dispõe, o que há de melhor em relação à estratégia anterior, e o que pode trazer melhores resultados. Em seguida, você deve entender quais são as fraquezas: essa gente leva tempo até entender a estratégia e a cultura da empresa, o onboarding demora a acontecer, você precisa de algum tempo até apresentar resultados, e por aí vai. Tudo aquilo que pode levar sua estratégia por água abaixo.
Após realizadas essas análises, chega o momento de verificar o ambiente externo. Ou seja, tudo aquilo que você não consegue controlar. Nesse quesito, são observadas as oportunidades – no seu caso, novos olhares para os processos já criados, gente nova traz experiências novas, além de tendências, expansão da equipe, chances de suas ideias conquistarem novas áreas. Ou seja, tudo o que pode gerar reconhecimento e valor ao seu trabalho e da nova equipe.
Mas as ameaças também devem aparecer no seu radar. Você deve atentar para todos os perigos que o cenário pode apresentar, como o concorrente antenado às suas mudanças, tendências não significam sucesso, queda na qualidade das entregas, mudança de KPIs… enfim, tudo o que puder afetar negativamente a receita ou a imagem da sua nova área.

Como fazer isso na prática?

Uma dica é listar todos os pontos levantados em um quadrante, separado nesses quatro aspectos. Depois, dê uma nota de prioridade para cada item, seguindo o critério de sua preferência, e classifique cada item da lista de cinco (excelente) a um (fraco). Multiplique a nota de prioridade pela classificação, e logo você obterá um valor x sobre aquele item final. Isso te dará uma visão ampliada sobre onde focar esforços.

 Mantendo a empresa preparada para os desafios

A matriz SWOT ganha ainda mais importância em tempos turbulentos como os atuais. Porque é quando o cenário externo fica mais agitado, com ameaças ganhando dimensão. Assim, você precisa avaliar com todo cuidado possível todos os passos que está prestes a dar, para que não se veja engolido por algum risco não previsto.
Com ela, você vai conseguir entender se a sua ideia inovadora não passa de uma bobagem mirabolante – antes de colocá-la em prática e sujar sua reputação profissional. Assim, ganhará confiança, segurança e força para lidar com os imprevistos e situações desafiadoras que certamente virão.

Realizou a SWOT? É hora de organizar a gestão



A matriz SWOT deve ser um dos primeiros passos de qualquer ideia – seja ela um novo empreendimento ou uma tentativa de guinada profissional. E depois da ideia ter ganhado tração, você vai precisar organizar os projetos relacionados a ela. Sem isso, aquelas oportunidades e forças que você identificou podem simplesmente não dar em nada.

Fonte:https://blog.runrun.it/matriz-swot/utm_source=news&utm_medium=email&utm_campaign=blog-gestao-rdstation-23-01-17
acessado em 17/02/2017

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Líder Democrático

Como um líder democrático deixa seu legado para a equipe – a experiência de 5 líderes
Liderazgo_Democrático
O que você inspira nos outros? Um líder transmite aprendizados sem impor sua opinião, e seus valores ficam muito claros em suas atitudes diárias. Nos novos e inovadores modelos de gestão, esse tipo de líder constrói consenso através da participação coletiva. Ele é o que chamamos de líder democrático, pois procura coordenar as pessoas de forma horizontal. Reunimos neste artigo opiniões sobre como o legado desse gestor é construído.
Este é um modelo bastante reproduzido em pequenas e médias empresas. No entanto, grandes companhias, principalmente da área de tecnologia, trazem uma cultura de agregar grandes equipes e manter uma proximidade entre colaboradores e gestores. É um ambiente em que a participação dos funcionários na tomada de decisão é valorizada, incentivada e recompensada. Segundo reportagem da revista HSM Management de nov/dez 2016, “Hoje a execução de estratégias depende de criar um ambiente em que as pessoas que executarão também participam das decisões tomadas na elaboração da estratégia”.
Por outro lado, a liderança democrática e participativa encontra desafios em situações de emergência, quando não há tempo suficiente para reunir todos, ou quando colegas de equipe não estão informados o suficiente para oferecer soluções estruturadas e válidas. Nesses momentos, o líder procura buscar em seus próprios líderes e em sua experiência a força para resolver problemas. Com equipes mais maduras, no entanto, é possível contar com a cooperação de todos em momentos decisórios.
Primeiramente, o que é um líder democrático?
Esse tipo de liderança propõe a troca de ideias entre subordinados e líder com o objetivo de melhorar a satisfação e moral dos colaboradores. O gestor deve assumir uma atitude de apoio, integrando-se ao grupo e sugerindo alternativas. Um bom líder democrático toma atitudes adequadas para ajudar quando necessário e incentiva os membros do grupo a participar, mas mantêm a palavra final sobre assuntos importantes.
Neste caso, eventualmente, o processo de decisão pode ser muito mais demorado. Outro ponto está relacionado à maturidade do time: uma equipe muito jovem e inexperiente tende a não desempenhar bem nas mãos de um líder democrático. Ele é mais recomendado quando há uma certa senioridade no time. O excesso dessa liberdade em uma equipe sem experiência tende a prejudicar os resultados.
O que um líder democrático precisa saber hoje sobre o amanhã
Em um sociedade moderna e autocentrada, a tecnologia está modificando a forma como as pessoas se comunicam e como as empresas se apresentam, o que exige que os líderes modifiquem sua abordagem para se manter relevantes.
Se até pouco tempo os gestores muitas vezes enviavam um e-mail e sequer obtinham resposta, hoje os aplicativos de conversação (Slack, Skype, WhatsApp, Hangouts, entre outros) permitem uma comunicação instantânea, constante e mais efetiva entre todos. O uso dessas ferramentas gera transparência e praticidade nas conversas (eliminando reuniões ou ruídos). Como na adoção de qualquer software, é preciso conhecer a necessidade da sua empresa e entender como você vai incentivar o uso dela.
Um líder democrático, portanto, tem por característica estar aberto às mudanças e não ter medo de um mercado dinâmico. Em artigo publicado no Inc., Matthew Jones, coach e terapeuta, listou algumas dicas cruciais que todos os líderes precisam saber agora e para o futuro. Confira um resumo com 12 pontos:
1. Praticar o não-apego, respondendo às novas tendências e tecnologias
Adapte-se ou será deixado para trás. O mercado não se importa com seus sentimentos. A tecnologia poderá trabalhar a favor do seu negócio.
2. Aceitar a responsabilidade quando as coisas dão errado
Sua capacidade de aceitar a responsabilidade mostra que ela não é uma sentença de morte – é algo que transparece suas qualidades.
3. Prestar mais atenção à diversidade cultural
Você precisa refletir a nova realidade da sociedade, agregando os mais diversos tipos de experiências e identidades dentro e fora de sua organização.
4. Conhecer os valores e os princípios da sua organização, ou tomar medidas para redefini-la
A integração das mídias sociais com identidades pessoais e profissionais significa que agora você é seu negócio. Coerência e autenticidade são os valores mais importantes para as gerações mais jovens.
5. Engajar-se em práticas de autodesenvolvimento para minimizar pontos cegos
Todos nós temos deficiências e áreas de nossas vidas que poderiam ser melhoradas se investirmos tempo e energia adequados. Se o seu negócio é um reflexo de si mesmo, é hora de começar a tomar o autodesenvolvimento a sério.
6. Criar um espaço para todos expressarem suas opiniões
As questões sociais não vão acabar. E é necessário que dentro da sua equipe elas não sejam ignoradas e que todos possam opinar, sem julgamentos. O silêncio cria falhas em sua equipe. 

7. Tolerar pontos de vista opostos e emoções desconfortáveis
Por mais difícil que possa ser, você precisa ser aquele que segura sentimentos desconfortáveis ao invés de torná-los piores. A capacidade de fazer as pessoas se sentirem ouvidas é o sinal de um líder eficaz.
8. Contratar quem acredita em sua visão, mesmo que ainda não tenham habilidades ou experiência
Você pode ensinar habilidades e fornecer valiosa experiência de aprendizagem, mas você não pode substituir motivação genuína, paixão e afinidade com os seus valores (e com os da empresa).
9. Avaliar constantemente como você pode melhorar
Se você já pede feedback, faça algo com ele. Se você ainda não pede, comece. Ouvir o que os funcionários têm a dizer sobre você é uma das grandes características do líder. 

10. Contratar equipes diversas e incentivar a colaboração
Empresas que abraçam a diversidade em vez de lutar com ela estão na vanguarda da inovação porque são capazes de adotar perspectivas únicas.

11. Investir em seu negócio, contratando consultores
Consultores podem fornecer insights e sugestões para melhorias. Empresas que olham para o futuro observam pesquisas e demandam ajuda de especialistas.
12. Equilibrar a visão do futuro com a apreciação do agora
Às vezes, passamos nossas vidas tão fixados no pico que não conseguimos reconhecer a beleza da escalada. Líderes precisam se desafiar a reconhecer onde estão – e o que realmente são capazes de fazer – sem deixar de olhar para o futuro.
A experiência de 5 líderes
Para entender como, em sua rotina, os líderes constroem seu legado e transmitem seu conhecimento para os colaboradores, conversamos com alguns CEOs e gerentes de empresas de diferentes segmentos para levantar alguns temas.
Brandon Dowdy-Ernst, da Agency Entourage, localizada no estado norte-americano do Texas, falou da importância do autodesenvolvimento, já que este é um estado de constante evolução. “Se você acredita que suas habilidades de liderança não podem ser mais aperfeiçoadas, então provavelmente você não tem as habilidades fundamentais para liderar”, diz.
Para ele, “liderar é provavelmente uma das coisas que mais exige humildade na vida”. E fazer os objetivos e valores serem conhecidos pelos seus empregados é imperativo à sua própria liderança.
Valores claros na rotina
Um dos aspectos mais importantes para os gestores é ser um representante dos valores da empresa. Quando não há uma afinidade de algum colaborador com a cultura, as habilidades pouco importam. Para Maria Fernanda Coutinho Rigotti, Coordenadora dos cursos de no Arquitetura e Engenharia Civil da Anhanguera Educacional, a motivação não é permanente: é como tomar banho, precisa ser bem dosada e ser diária, e o entusiasmo é o que engloba isso.
“Um bom colaborador precisa, antes de qualquer coisa, acreditar no seu próprio trabalho, e, como líder, procuro passar a mensagem de que o trabalho exercido tem um propósito, vale a pena ser feito e que ele é de suma importância a quem aquela determinada função vá atingir. No fim do dia, o tempo de trabalho é tempo de vida, então, torná-lo prazeroso tornará sua própria vida prazerosa”, diz.
Valor casado com objetivo
Os valores também podem combinar com o objetivo estratégico da empresa. Muitas startups, por exemplo, nasceram com foco no cliente e valorizando o relacionamento. Por isso, é imprescindível criar um vínculo com o cliente, fazendo um atendimento personalizado. E isso deve ser construído também pelos colaboradores.
“O que passo para a equipe é que ofereçam atenção ao cliente a tudo o que ele precisar. Sempre peço para se colocarem no lugar do outro e refletirem diante de uma ação difícil”, diz Gustavo Mota, CEO da We do Logos.

Transparência para engajar
Uma das melhores formas para manter os funcionários interessados nos resultados é torná-los parte do negócio. Para isso, muitas empresas precisam redesenhar a estrutura organizacional e a forma como trabalham para atender às exigências do clima de trabalho e dos negócios de hoje.
A We do Logos, por exemplo, promove uma conversa informal a cada 15 dias entre o CEO e os colaboradores. A cada trimestre, o líder também se reúne individualmente com cada colaborador “assina” um compromisso do que precisa melhorar na área de empresa, no trabalho e também no âmbito pessoal. Depois, no dia da avaliação, ambas as partes dão notas para discutir os resultados obtidos.
Já a startup de recrutamento CloserIQ, de Nova York, acredita que o feedback deve se específio e oferecido em tempo real (tanto positivo quanto construtivo). Segundo Jordan Wan, CEO da empresa, uma das práticas mais eficientes são reuniões-almoço mensais com líderes da indústria e especialistas. “Convidamos um palestrante que possa trazer experiências interessantes e insights para nossos colaboradores. Pode ser um fundador de startup, um investidor, um cliente ou alguém que é especialista em nossa indústria”, conta.
A Badger Maps, de São Francisco, tem uma prática semanal de “microfone aberto”, na qual todos falam sobre o que está acontecendo e o CEO, Steve Benson, comunica qualquer nova ideia estratégica. “Nós também compartilhamos uma apresentação na nuvem em que todos podem editar. Quando alguém se depara com uma pergunta, ou descobre como fazer algo, pode criar um slide sobre o tópico e, em seguida, qualquer pessoa pode se beneficiar dessa resposta”, conta Benson.
Outro ponto levantado por Maria Fernanda, da Anhanguera, é sobre conseguir passar informações e ideias de forma efetiva: “A comunicação é sempre uma dificuldade para quem lidera, aliás, é a maior dificuldade. Clarificar valores sempre fica mais fácil quando é passado pelas atitudes no dia a dia. Deixar claros os valores somente com palavras nunca será suficiente”, acredita.
Leituras para fixar a cultura do líder
A CloserIQ criou uma biblioteca interna e oferece reembolso pela compra de novas obras. Os favoritos, que são recomendados na entrada de novos colaboradores, são Give & Take (Dar e receber, no Brasil), de Adam Grant, e Delivering Happiness (Satisfação Garantida, no Brasil) por Tony Hsieh, que fala sobre a “experiência wow”.
“Ao tomar emprestados estudos de caso da indústria, acreditamos que eles podem ser uma maneira poderosa de provar nossos valores culturais internos”, aponta Jordan Wan.
Gustavo Mota, da We do Logos, indica Jack Definitivo: Segredos do Executivo do Século, uma autobiografia de Jack Welch, que foi Chairman da GE por quase 20 anos. “Nesse livro, ele relembra sua trajetória na companhia e fala sobre a importância do trabalho em equipe, tão essencial para seu sucesso profissional”.

A coordenadora da Anhanguera Maria Fernanda indica Winning (Paixão por Vencer, no Brasil), de também de Jack Welch, e diz ser um dos melhores livros sobre o assunto. E sugere também O Gerente Minuto, de Kenneth Blanchard, “um livro simples, porém, a liderança é baseada na simplicidade de atitude”.

Fonte: https://blog.runrun.it/lider-democratico-legado/?utm_source=news&utm_medium=email&utm_campaign=blog-rdstation-14-12
Acesso: 15/12/2016

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Como sair da zona de conforto?

Como sair da zona de conforto – e tirar seus colaboradores de lá imediatamente

Você sente que suas tarefas estão automatizadas e muitas vezes não questiona o que está executando? Tem receio de dar um passo à frente, mesmo que isso signifique evolução na carreira? Essas são características de quem está na zona de conforto, um estado em que o profissional prefere se preservar, mantendo sua ansiedade em um nível tolerável e sua performance em um padrão estável – mas não ótimo.
Como consequência, é comum enxergarmos profissionais obcecados com a ideia de economizar o máximo de energia. No entanto, quem tem entusiasmo e trabalha duro, também tem vantagem. Neste artigo, o boxeador e escritor norte-americano Ed Latimore descreve sua tese de que o trabalho duro supera o talento (1% de inspiração, 99% de transpiração), e que a habilidade necessária para qualquer profissional é a vontade de trabalhar mais do que ninguém. “Há sempre uma alta demanda por pessoas dispostas a fazer o que os outro não querem”, aponta. É esse tipo de predisposição que mantém as pessoas constantemente fora de sua zona de conforto.
A comodidade é bastante comum e quase inevitável em algum (ou vários) momento da vida. Para sair desse ambiente aparentemente agradável – ou tirar algum funcionário de lá – é preciso enfrentar medos e redescobrir objetivos. Sociólogo, consultor de liderança e escritor, Odino Marcondes critica nesta entrevista sobre cultura empresarial que a maioria das empresas não tem uma visão inspiradora, o que resulta em ambientes burocráticos nos quais os profissionais fazem o mínimo e pronto. Para mudar esse cenário, em que as pessoas não se sentem parte de algo maior, a empresa também precisa criar o compromisso de sair ela própria da sua zona de conforto. Uma reformulação dos mantras da empresa é o primeiro passo para tirar todos da mesmice.

Nem bom, nem ruim
Em 1908, os psicólogos Robert M. Yerkes e John D. Dodson definiram a zona de conforto como um estado de conforto relativo em que se mantém um nível constante de desempenho. Para mudar de patamar, precisamos de um estado de relativa ansiedade – um espaço onde nossos níveis de estresse são ligeiramente acima do normal.
Por outro lado, também é importante observar que não podemos forçar a saída desta zona, pois é nossa tendência natural retornar a uma ansiedade neutra. Portanto, a ideia de um ambiente de conformidade não é uma coisa boa, nem uma coisa ruim. Deixá-lo significa maior risco e ansiedade, que pode ter resultados positivos e negativos. E, sem riscos, não há ganhos maiores. Todos nós precisamos desse espaço mental onde estamos menos ansiosos e estressados para podermos processar os benefícios de quando o deixamos.
Lembre-se de que a zona de conforto é diferente para cada pessoa. Pense na metáfora: enquanto que para alguns a meditação é uma forma de sair da zona de conforto, para outros significa saltar de uma ponte em bungee jumping. O objetivo não é se tornar um viciado em adrenalina, mas aprender o que cada pessoa é realmente capaz de fazer ao escapar desse cenário. Depois voltar a um estado confortável apenas para relaxar. E quando você começar a gostar novamente da tranquilidade, poderá lembrar dos momentos inspiradores, criativos, produtivos e desconfortáveis de fora de sua zona de conforto.
Isso bastaria se você não tivesse maiores ambições: muitos momentos de relax e poucos momentos de tensão. Mas se você quer mais, só poderá chegar aonde sonha se definitivamente comprar uma passagem para longe do conforto. E agora, lá longe e perto da realização total, esta será a sua nova zona de conforto. A questão, escreve Derek Sivers, empresário, programador e músico, neste divertido artigo, é repassar constantemente por estas perguntas: O que te assusta agora? O que é intimidador? Onde você quer estar? Elas podem ser um guia para seu próximo passo. Coisas que costumavam te intimidar, em seguida, serão confortáveis como sua casa.

Comece com pequenos passos e depois mergulhe
“Sair da sua zona de conforto é dar a si mesmo a oportunidade de crescer, aprender e expandir seu repertório profissional”, diz Andy Molinsky, professor de Gestão Internacional e Comportamento Organizacional na Brandeis International Business School neste artigo para a Havard Business Review.
Para exemplificar, ele utiliza uma situação bastante comum: você quer expandir sua rede, mas não gosta de conversar com estranhos, nem de falar em público. Em geral, pessoas com esse tipo de dificuldade preferem evitar qualquer chance de exposição. Mas o problema é que essas tarefas são necessárias na maioria das profissões. À medida que crescemos e aprendemos em nossos trabalhos e em nossas carreiras, somos constantemente confrontados com situações em que precisamos adaptar nosso comportamento. “Sem a habilidade e coragem de dar o salto, podemos perder oportunidades importantes para o avanço”, explica.
Para conseguir se desvencilhar de situações que não permitem esse crescimento, Molinsky sugere que, em primeiro lugar, é preciso ser honesto consigo mesmo e pensar nas desculpas usadas para permanecer na zona de conforto. Faça um inventário dessas justificativas e questione se elas são verdadeiramente legítimas. Depois, reconheça as oportunidades e tire proveito. Mas como? Ele indica um caminho que pode ser resumido em três passos:
1º passo: vá pela beirada
Sempre existe uma margem de manobra para tornar essas tarefas que temos receio de realizar mais tranquilas de serem executadas. Se você odeia falar em público ou em eventos, mas sente-se um pouco mais confortável em grupos pequenos, procure oportunidades de falar para grupos menores. Em vez de saltar diretamente para um grande evento ou para uma sala de reuniões com executivos seniores, comece falando em reuniões menores para entender quais são seus medos. Outra dica é procurar um amigo ou colega disposto a oferecer conselhos e encorajamento antes de uma situação desafiadora.
2º passo: não tenha medo de errar
Uma das melhores maneiras de aprender é errando. Nem sempre entendemos que os erros são parte inevitável – e de fato essencial – do processo de aprendizagem. No final, mesmo que possamos nos sentir impotentes em situações fora da nossa zona de conforto, temos mais poder do que pensamos.
3º passo: mergulhe
Por fim, se você quer sair da sua zona de conforto, tem que tomar uma atitude mesmo que seja desconfortável. Procure por esses pequenos mecanismos para forçá-lo a mergulhar. No fim, descobrimos que não é tão ruim assim.

8 Dicas para tirar seus colaboradores da zona de conforto
Quando for necessário, você poderá ajudar outras pessoas a pularem fora da zona de conforto, respeitando as diferenças de cada um. Após os três passos para o seu mergulho, confira as dicas para desafiar gradualmente colaboradores ou colegas a saírem da zona de conforto:

1. Diversidade na contratação
Uma forma de manter os funcionários engajados e inquietos é se propor a montar equipes diversificadas. Ao invés de dialogar com um mesmo perfil, com repertórios semelhantes, é importante que as pessoas confrontem ideias, tenham origens e referências variadas. Consequentemente, os colaboradores se desafiam a sair da zona de conforto ao conhecerem novas perspectivas. É claro que você pode manter seus valores, e seus funcionários precisam ser incentivados a discordarem de forma saudável e construtiva. A diversidade de opiniões também é importante: seja de colaboradores jovens e experientes, de clientes insatisfeitos ou fãs de seu produto… tudo isso pode trazer soluções surpreendentes.
“Saia da zona de conforto, porque é dizer sim que nos mantém jovens.”
Eric Schmidt, presidente da Alphabet
2. Gerenciar o tempo
A desculpa do tempo é muito utilizada para autossabotar o crescimento profissional e se manter na zona de conforto. É papel do líder entusiasmar-se com inovações e empenhar-se em ser produtivo para dar conta de tudo – do básico e das novidades. Para isso, todos precisam gerenciar seu tempo para tornar a vida, profissional ou não, mais produtiva. Quando se diz que certa pessoa faz uma ótima administração do tempo no trabalho, trata-se, na realidade, de alguém que administra bem seus níveis de energia. Sem dúvidas, essa organização permitirá uma nova perspectiva da relação com o trabalho.
3. Buscar novos conhecimentos
Informar-se exclusivamente sobre o seu mercado de atuação não vai te tirar da sua zona de conforto. Mas isso também não significa que você não precise buscar aperfeiçoamento profissional. É necessário fazer pequenos sacrifícios diários, até atingir uma “segunda zona de conforto”. Basicamente, em vez de tentar se convencer do que você já acredita, busque a diversidade de pensamento. Neste ponto, também é importante incentivar que os colaboradores aprendam sobre os mais diversos assuntos, e você pode encorajar isso investindo em cursos ou reservando um período do dia para que todos estudem algum tópico.
4. Abertura às mudanças
A preguiça pode manter uma pessoa por anos em um mesmo lugar. Quer mais criatividade, agilidade ou proatividade do trabalho em equipe? Nada disso acontecerá enquanto você impuser a mesma rotina aos seus colaboradores. Lembre-se: o medo de mudar só dura até que a segunda zona de conforto seja conquistada. Mas antes de exigir essa abertura das pessoas que trabalham contigo, é preciso incutir esse espírito de metamorfose na cultura da empresa.
5. Todos têm limitações
Ainda que os colaboradores tenham abertura para desenvolver novas habilidades e transitar em diversas áreas, é preciso entender as limitações de cada um, seja intelectual ou emocional. Ao perceber um funcionário que está estagnado em sua zona de conforto, mas que tem determinada limitação, é possível colocá-lo em contato com alguém que possa ajudá-lo ou saber como gerenciar suas demandas para que ele não fique imediatamente frustrado ao forçar uma saída de sua zona de conforto.
6. Inverter características
Cada pessoa tem um tempo para tomar decisões. Alguns são rápidos, outros mais demorados. Neste ponto, é importante que cada profissional se proponha a fazer o contrário do que está acostumado. A desaceleração pode ser importante para quem costuma ser impulsivo, tomando mais tempo para interpretações e inserindo mais etapas antes de decidir algo. Por outro lado, é possível exigir de algum profissional mais moroso que tome decisões rápidas por um período. Assim como há pessoas que prosperam em decisões instantâneas, outras são ficam mais confortáveis pesando todas as opções possíveis várias vezes. Eventualmente, é interessante desordenar essas características dentro da equipe para que as pessoas saiam, mesmo que momentaneamente, de sua zona de conforto.
7. Coragem para recomeçar e inovar
Para sair da zona de conforto, também é necessário deixar o ego de lado e tornar-se um iniciante, de novo. É preciso ter disposição para ver as coisas sob uma nova perspectiva e, por isso, é tão importante ter uma mente aberta para discutir todos os assuntos possíveis.
Escute o que todos têm a dizer e incentive isso entre os colegas. Seja ao vivo ou por meio do seu
 organizador de tarefas, você deve deixar que cada um tenha sua vez de falar e opinar.
8. Ofereça desafios periódicos
Uma forma eficiente de propor a saída desse ambiente confortável é oferecer novos processos de trabalho. Regularmente, sugira que as pessoas conheçam o trabalho de outra equipe. Um profissional de desenvolvimento pode passar o dia com um colega de vendas para que ambos pensem juntos em novas propostas para o produto, por exemplo. Além de criar um mecanismo de integração, você propõe novas perspectivas para seus funcionários sem sair de “casa”. Qualquer ideia nesse sentido deve acontecer de forma organizada para não atropelar as prioridades do seu negócio.

Fonte:https://blog.runrun.it/zona-de-conforto-como-sair/?utm_source=news&utm_medium=email&utm_campaign=blog-rdstation-07-12

acessado em 07/12/2016